Demonizando o nosso erro

Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. (Gênesis 3:12,13)

É incrível como alguns traços do comportamento humano são parecidos, antigos e degradados. Desde o tempo de Adão que algumas características são comuns à nós. A teologia dá o nome de semente adâmica a essas atitudes. Existem posturas tão arraigadas em nós que passam desapercebidas. Uma delas é a negação. Negação é negar um acontecimento, mesmo que todos percebam que ele existe ou existiu. Um abuso sexual, por exemplo. Normalmente a pessoa abusada nega o acontecimento, talvez porque o cérebro crie uma defesa que leva o ato do abuso ao esquecimento, talvez porque a pessoa negue o acontecimento para não enfrentar a ferida.

Há, no entanto, um comportamento que tem sido rotineiro no meio cristão. E, apesar de ser constante, é um traço defeituoso do ser humano que precisa ser corrigido. A esse comportamento eu darei o nome de “demonizar”. Outro dia eu estava conversando com uma pessoa, e ela me relatava um acontecimento, ela disse: “o inimigo está oprimindo a minha casa. Até os meus entes estão sendo usados por ele para se levantarem contra mim. A minha filha está se levantando contra mim, porque agora estou fazendo a obra de Deus e o inimigo está agindo nesse sentido.” A pergunta que eu fiz foi: “quanto tempo você tem passado com a sua filha?” E ela disse: “Muito pouco, desde que comecei esse trabalho com os jovens que eu fiquei mais ocupada ainda.”

Eva, quando foi questionada por Deus a respeito da desobediência em comer o fruto, acusou a serpetente (satanás) de tê-la enganado. A serpente realmente tentou a Eva, mas o erro não foi da serpente, o erro foi de Eva. Assim como o exemplo que eu dei acima, é muito comum acusarmos o “maligno” dos nossos erros. O caso da minha amiga era muito fácil de resolver, não era preciso orar ou levantar um clamor na igreja. O diálogo e um pedido de perdão resolveria tudo. A filha estava com ciúmes se sentindo trocada pelos jovens, e uma resposta natural a isso é a rebeldia. De alguma forma nós demonstramos os nossos sentimentos, se não for através de palavras, será através de atitudes. No caso citado, a moça demonstrou isso “se levantando” contra a mãe, mas ela fez isso por amor e para comunicar uma insatisfação. O veredicto do maligno, portanto, é: inocente.

Nós poderíamos avaliar e citar inúmeros casos de acusações sem provas. Uma das maneiras utilizadas pela polícia para determinar o suspeito é avaliando as provas e olhando para os fatos. Deus disse a Caim: Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. (Genêsis 4:7). Não raro, temos o controle sobre o pecado, mas pecamos e logo em seguida fazemos as nossas acusações, estamos com os fatos e as provas contra nós, porém ficamos tão cegos que não assumimos a culpa, ou acusamos o Adversário, como Eva, ou fazemos algo pior: acusamos a Deus ou ao próximo pelos nossos erros, como no caso de Adão, “a mulher que TU me destes...”, e isso é trágico.

Paulo, na sua carta aos Gálatas, diz: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.” (6:7,8). Não há dúvidas de que 95% dos acontecimentos ruins em nossas vidas são causados por nós mesmos. Excluí-se uma doença genética ou uma catástrofe natural, fora isso a culpa é nossa. Mas graças a Deus, por Cristo ter morrido em nosso lugar e levado todas as nossas culpas. Esse texto não tem o intuito de te fazer sentir-se mal. O objetivo é que você assuma o seu erro e pare de culpar os outros, o diabo ou a Deus. Não diga: “Deus está me provando”, pois: Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. (Tiago 1:13). Pelo contrário, assuma o erro e confesse seu pecado, já que “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;” (1 João 1:9,2; 2:1)

Em Cristo,

Allan.

3 comentários:

  1. Amém...Que o Senhor nos ensine a reconhecer os nossos erros e nos fortaleça para mudanças...:)

    ResponderExcluir
  2. É, isso é mesmo muito comum em nossas vidas. É mais facil colocar a culpa em alguém ou algo do que assumirmos o nosso erro.
    Que Deus nos ajude a reconhecermos nossas falhas.

    ResponderExcluir
  3. Lucas

    Com tanto orgulho fica dificil reconheçer o fracaso,a derrota,ou o abuso.Mas não podemos nunca perder a visão espiritual,o inimigo conheçe todas as nossas falhas e a vaidade é só um instrumento ao seu alcançe.

    ResponderExcluir

Agenda

Dia/Atividade

















05, 06 e 07 - Congresso Missão & Ação

07 - Gaj - casa do Oscar - 15h

12 - Gaj - Sesc Arsenal - 19h

14 - Evangelismo no Pascoal Ramos

20, 21 e 22 - Visita aos Jovens Livres

27 - Gaj - casa do Kim - 20h

*Toda sexta-feira vigilia de oração/corujão no terreno da IPC as 23h