A seara é grande

Então, disse aos seus discípulos: A plantação é realmente grande, mas poucos os trabalhadores. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande trabalhadores para a sua plantação. Mateus 9:37,38

Por todo lado que se olha é obra que se vê. Obra daqui e obra dali. De vez em quando a gente demora a entender a Palavra de Deus, mas esse ensinamento da seara nunca fez tanto sentido. Eu bem sei que a vida de Jesus foi, acima de tudo, uma vida de demonstração prática daquilo que seria a rotina diária dos seus seguidores. É como se tudo que Ele tivesse feito tenha sido um enigma com uma verdade maior por trás. Quando Ele multiplicou pães e peixes no deserto, por exemplo, Ele não fez isso somente para alimentar os famintos, mesmo porque aquele alimento durou algum tempo, depois eles sentiriam fome novamente. Se notarmos bem, veremos que quando havia menos pães e menos peixes sobraram mais cestos. Que matemática doida essa de Jesus, não é mesmo?

E não, não é loucura! É como diz uma grande missionária chamada Edméia Williams: “se o meu Deus é o mesmo da bíblia, então, Ele continua multiplicando nos dias de hoje. Naqueles dias Ele multiplicou pão porque colocaram pão na Sua mão, mas se colocarmos trigo, farinha, água, etc. Ele não medirá esforços para fazer o mesmo que Ele fez no deserto.” Só que, isso não resolve o problema matemático que foi criado com os cestos, quer dizer que quando se tem menos o Senhor multiplica mais? Pode ser, mas existe uma outra explicação lógica e racional para isso, e ela está exatamente no número de cestos. Ou seja, quando “sobejaram doze cestos” havia menos pão e isso só pode se dar pela quantidade de cestos, eu estou tentando dizer que, se houvesse mais cestos sobrariam mais pães. Tanto faz dar um pão ou mil pães para Jesus, Ele multiplica de acordo com a quantidade de aparatos que irão receber a multiplicação e não de acordo com o número de objetos, aliás, que diferença faz multiplicar um pão em mil ou um pão em dois, o processo não é o mesmo? Portanto, o número de cestos influência na quantidade da multiplicação. Deus não irá desperdiçar o Seu milagre, se não tivermos estruturas para receber a bênção Ele trabalha em nós primeiro.

No livro de Mateus, no capítulo nove, existe uma infinidade de coisas acontecendo. 1) Mateus foi convocado; 2) Jesus confronta duas vezes os fariseus e escribas, na primeira Ele diz que os sãos não precisam Dele, está escrito assim: “Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.” (v. 12b) ”Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” (v.13) e na segunda vez Jesus ensina o povo a respeito de quando jejuar; e mais uma série de acontecimentos que, posteriormente, ficaram famosos. Um deles é o do vinho e do odre, ou do pano e da costura. Em ambos os casos a mensagem é a mesma: é preciso mudança para que haja bênção. Jesus disse: “Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a ruptura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; caso contrário rompe-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.” (v. 16 e 17)

Mas, afinal, o que são odres? Odres, são umas vasilhas feitas de pele de animal, algumas vezes se assemelham a um animal morto, pois, podem ser usadas com os pelos do lado de fora. Os árabes e outros povos, como os judeus, usavam e ainda usam odres para carregar líquidos em suas viagens. O animal é limpo por dentro e sua pele é retirada com todo o cuidado possível, sendo que, as extremidades são cortadas e costuradas. Depois de retirar toda a pele do animal forma-se um odre. E quando se põe vinho novo num odre velho acontece um processo de fermentação que faz com que a pele desse animal se dilate e venha a se romper, assim, perde-se tanto o odre quanto o vinho. E essa é a questão! Jesus sabe que algumas bênçãos ou experiências que pedimos não podem ser vivenciadas por nós, justamente porque não suportaríamos.

Antes de uma verdadeira transformação interior é impossível receber vinho novo e impossível participar da multiplicação. É verdade que Deus continua multiplicando tudo que é posto em Sua mão, mas Ele só multiplica se souber que o produto da Sua multiplicação terá lugar pra ficar, no caso do pão havia os cestos, no caso do vinho existe o odre e no caso da bênção que pedimos, o que está faltando? Os episódios co-relacionados são postos no mesmo capítulo nove do livro de Mateus, inclusive, o tradutor da bíblia finaliza o capítulo nove com um ensinamento muito atual: “poucos são os trabalhadores.” E por onde se olha é obra que se vê. Obra é obra, algumas partes da obra já foram concluídas, outras estão apenas começando e há ainda aquelas que foram abandonadas no meio do caminho. Jesus está presente em todas as etapas da obra, mas a que Ele tem mais compaixão é aquelas que foram abandonadas no meio do caminho. Jesus está profundamente preocupado com isso, Deus não quer deixar nada para trás, nenhum serviço deve ficar incompleto. E, o número de homens e mulheres de Deus que estão nas ruas se prostituindo, mendigando, roubando, se drogando ou se “transvestindo”, é imenso, homens e mulheres que outrora serviram ao Senhor e agora estão sendo aniquilados e escravizados pelo mal.

Deus quer resgatar essas vidas, pois, foi para elas que Jesus veio, o Médico dos médicos veio para os doentes, Ele quer curar essas almas feridas e libertar os cativos e os oprimidos, e dar vista aos cegos (Lucas 4:18), mas para isso, é necessário que haja trabalhadores, porque a seara é grande. A plantação é muito grande, a necessidade de ajuda é gigantesca, para onde olhamos existem pessoas famintas e sedentas, e nós temos uma água que mata a sede eternamente e um pão que é o Pão da Vida, se vamos ao mercado vemos o mendigo pedindo por comida, se vamos ao restaurante veremos crianças drogadas cuidando dos carros, quando estamos na faculdade vemos colegas de sala entrando em depressão e se suicidando, nas esquinas da cidade estão os travestis e as prostitutas. E nós temos uma mensagem de salvação e de libertação e precisamos nos dispor, precisamos ter a visão de cestos. Deus quer multiplicar tudo que tem sido posto em Suas mãos, e para isso Ele tem levantado discípulos que estão se entregando totalmente ao Seu chamado, mas a entrega deve ser completa para que sobejem pães e peixes, para que sobejem bênçãos. “Eis que estou à porta e bato.”

Diante de tudo isso, o que nos resta fazer é pedir para que o Senhor sonde os nossos corações (Sl 139.23,24), já que, somos incapazes de nos examinar, não nos conhecemos tão bem quanto o Senhor, Deus já sabe de todas as nossas necessidades e quando nos relacionamos com Ele através da oração e da leitura da bíblia estamos, na verdade, sendo colocando na frente de um espelho perfeito que mostra todas as nossas imperfeições. Se não formos transformados, o nosso ministério não será transformado, logo, o mundo não será transformado. Precisamos abandonar os odres velhos, e o processo é deixar Deus nos esvaziar do vinho velho, jogar fora o odre velho e nos colocar um odre novo, para que, então, o vinho novo caia sobre nós e possamos sentir o seu sabor. Deus quer usar seus discípulos, mas para isso os seus discípulos precisam se tornar cestos seguros, que terão estruturas para enfrentar as lutas da lida ministerial, o Senhor usa métodos diferentes daqueles que esperamos, um método bem conhecido é o deserto espiritual, de vez em quando não temos nem vontade de orar e parece que tudo está dando errado, só que, por fim, Deus está nos ensinando a confiar mais Nele, a depender mais Dele, Deus está nos mostrando quem nós somos e do que somos capazes. Enfim, Deus quer preparar-nos antes de enviar-nos, porém, nós temos que nos render ao processo e confiar que “tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.”

“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.” e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente. Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão. Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. (João 4:35; Mateus 21: 19 ; Mateus 24:32-42)

2 comentários:

  1. Amém... Que o Senhor tire do nosso meio tudo que tem atrapalhado nossa entrega e nos capacite dia apos dia para a ceara!

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