Alegria, uma questão de obediência.

Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. (Filipenses 4:4)

Em primeiro lugar, a alegria não deve ser um estado passageiro na vida do cristão, visto que é um imperativo ordenado por Paulo aos crentes da igreja de Filipos. Em segundo, a alegria não está alicerçada nas circunstâncias, ela não deve ser o resultado dos acontecimentos, sua base encontra-se no perdão recebido na cruz do calvário. O apóstolo Paulo, quando escreveu essa carta, estava preso. Talvez em Éfeso, talvez em Roma. No entanto, o fato dele estar preso gera constrangimento a todos nós, pois, como alguém sem liberdade nos incentiva, e ordena, a alegrarmo-nos?

O que fundamenta a nossa alegria, portanto, não são as circunstâncias em que somos inseridos ou os acontecimentos da vida, mas a liberdade conquistada por Cristo, que nos trouxe paz e nos comprou da escravidão do pecado. “Nisso, exultais”! (“embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações,” – 1 Pedro 1:6).

A bíblia está farta de humanidade. Não podemos, de maneira alguma, subtrair a humanidade das Sagradas Escrituras. Os homens que escreveram textos de incentivo a nós, eram feitos à imagem e semelhança de Deus, assim como eu e você. Eles tinham fome, frio, dor de barriga, tristeza, angústia, ansiedade, solidão... Contudo, tais homens foram usados por Deus para abençoar a outros homens, como está escrito: “Ele nos auxilia em todas as nossas aflições para podermos ajudar os que têm as mesmas aflições que nós temos. E nós damos aos outros a mesma ajuda que recebemos de Deus.” (2 Coríntios 1:4).

Líderes sabem muito bem do que estou falando. Muitas vezes, estamos com os nossos corações despedaçados e, ainda assim, subimos num púlpito para incentivar pessoas a combaterem o “bom combate e cumprir a carreira”. Com Paulo não foi diferente e conosco não será. Paulo estava preso fisicamente, mas sua alma e coração estavam livres e essa liberdade nos é dada em Jesus Cristo. Por mais que tenhamos as nossas questões interiores e ainda que Deus use pessoas feridas para tratar de outras pessoas feridas, devemos lançar a nossa ansiedade em Jesus.

Os versículos 6 e 7 concluem o raciocínio e nos mostram qual a solução para as nossas crises: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” Essa “receita”, certamente foi usada pelo apóstolo, afinal, ele não podia falar de algo que não vivia ou praticava.

O versículo 5 diz: “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.” Ou seja, a nossa ardente expectativa não está no presente, mas no porvir. Nossa esperança se firma na perspectiva do invisível, aguardamos por algo que não vemos, mas pacientemente confiamos que “aquele que começou a boa obra em nós, irá completar, até o dia de Cristo.” (Filipenses 1:6). Ainda que a disciplina seja dura, compreendemos que “o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem.” (Provérbios 3:12) “para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;” (1 Pedro 1:7)

Portanto, sejamos como o sábio e enxerguemos as circunstâncias sob o prisma da alegria. Nos lembrando sempre que a nossa confiança está naquele que nos chamou, pois, a Palavra Dele não muda e Ele não se arrepende. A promessa é de um futuro de regozijo na eternidade e, por isso, nos alegremos nos Senhor, em todo o tempo.

Em Cristo,

Allan Dias Velasque.