Woodstock, por exemplo.

"E dizia também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, eu não posso; de mendigar, tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinqüenta. Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito." (Lucas 16:1-10)


“...porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.”


Jesus contou essa parábola aos seus discípulos com um objetivo muito claro e muito bem definido em sua mente. Ele não está fazendo apologia à injustiça, Jesus está louvando a inteligência e sagacidade dos “filhos deste mundo”, ou seja, dos “não-crentes”.

Mas, o que ocorreu ali? Ocorreu o seguinte, naquele tempo os donos das propriedades tinham servos que eram muito confiáveis, normalmente eram servos que trabalhavam para eles a vida toda e, dependendo da capacidade administrativa desses servos, o dono da propriedade os colocava como administradores dessa propriedade, que poderia ser uma terra, uma tenda de comércio ou qualquer outro tipo de negócio. Assim sendo, o mordomo referido no texto era alguém designado pelo seu senhor para cuidar de seus negócios. O patrão tinha plena confiança nele, afinal de contas, quem colocaria alguém infiel para administrar seus negócios?

Aconteceu que, esse mordomo estava passando a perna no seu patrão. E, por isso, a noticia a correu solta. E, como mentira tem pernas curtas, o seu patrão descobriu e foi confrontá-lo. O mordomo percebeu que seria demitido e sabia que não iria conseguir nenhum emprego depois disso, e teve uma brilhante idéia: procurou todos os devedores de seu patrão, levou as notas promissórias (obrigações) e mudou os valores das notas, para que, dessa forma, os devedores pagassem menos e lhe dessem uma oportunidade de moradia ou trabalho depois que ele saísse daquele emprego. O patrão descobriu a trama quando fez a prestação de contas, ele percebeu que havia sido passado para trás e, então, louvou a inteligência do seu servo, pois este conseguira passar a perna nele que era alguém mais instruído e se considerava mais inteligente.

E o que uma parábola como essa tem para nos ensinar nos dias de hoje? No dia 15 de agosto de 1969 foi realizado na cidade rural de Bethel, numa fazenda, um festival conhecido hoje como “Woodstock”. Esse festival de música se apresentava como: "Uma Exposição Aquariana: 3 Dias de Paz & Música" e foi um dos maiores festivais de música e artes até hoje. Foi idealizado por quatro jovens, dois deles financiaram o projeto e os outros dois organizaram o evento. Tá! E o que isso tem a ver com Jesus e a parábola do mordomo infiél? Veja bem, em meio à chuva incessante, dificuldades de locomoção da época e outros obstáculos se reuniram cerca de meio milhão de jovens, adultos e até idosos para fazerem parte do que poderíamos chamar de “Avivamento das trevas” (ou “apagamento”) da época.

Esse festival deu início à contracultura hippie e fez um sucesso estrondozo. Muitos músicos se consagraram nesses três dias de música, outros já eram consagrados e ficaram mais famosos ainda. Diz a lenda que o lugar era tão “perfeito” que a atmosfera musical - acompanhada de alcool, sexo, drogas e rock in roll - foi inesquecível. Dizem que ali todos eram iguais, todos compartilhavam tudo o que tinham, inclusive roupas e drogas. O sexo rolava solto e a orgia era total, as trevas, enfim, reinavam de tal forma que até mesmo os policiais eram tomados pela onda e acabavam participando da farra.

Jesus, em seu ensino, disse que os filhos deste mundo são mais espertos na sua geração do que nós, os filhos da luz. Ele não mentiu, nem errou no cálculo, muito menos falou algo que não devia. Jesus sabia que os filhos deste mundo eram, seriam e serão mais comprometidos do que os filhos da luz. Mas até quando? As pessoas que não partilham da mesma fé em Jesus Cristo realmente parecem ser mais dedicadas. Você nota que o praticante de ubanda e candomblé em nosso país vai além das improbabilidades, para realizar seus “trabalhos”, enquanto que, aqueles que professam ser cristãos não fazem o mínimo de esforço para conseguirem o que querem, não que seja pelo nosso esforço que alcançaremos algo, é pela graça de Deus.

Mas Deus sempre rejeitou o povo quando O deixavam de lado, sempre pesou a mão sobre aqueles que não O buscavam e fazia isso por amor, ainda faz por amor, Deus sempre odiou os falsos ídolos, inclusive os que existem hoje em nossas vidas e não precisam ser imagens de esculturas, pode ser a própria pós modernidade com seus modismos. Jesus disse: “...sem mim, nada podeis fazer.” (João 15:5) Ele sabe que o homem, por sua auto-suficiência, vai sofrer demais e, Ele nos ama muito para deixar isso acontecer, encontrou, porém, através das provações e do sofrimento, uma maneira de chamar nossa atenção e derrubar altares em nossas vidas. Fazendo-nos retornar à prática da oração e da leitura da bíblia, por exemplo.

Essa parábola vem acompanhada de outro ensino muito importante. O Mestre disse: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.” Ou seja, aquele que é dedicado nas mínimas coisas está apto para as grandes, está certo que o Rei se referia ao céu e disse que se fossemos fiéis com as coisas terrenas estaríamos prontos para receber o que é celestial. Mas, será que temos feito isso? No Brasil temos um evangelho que está se tornando um evangelho de camiseta, um fenômeno “gospel” que não é tão cristão assim. Estamos como Saulo, que conhecia a Jesus pelo que ouvia falar. Conhecemos um Jesus segundo o que as camisetas dizem, segundo o que as músicas dizem, segundo o que os pregadores dizem e não segundo o que conhecemos das Sagradas Escrituras. Não conhecemos o Jesus da bíblia porque não lemos a bíblia e não buscamos conhecer Seu Autor. Precisamos cair do cavalo, precisamos ter um encontro com uma voz que venha do céu e derrube as escamas dos nossos olhos.

Ser fiel no pouco é fazer o mínimo necessário para ter um relacionamento com Aquele que nos criou. E nem o mínimo fazemos. É como se Deus dissesse: “façam pelo menos o que vos peço (que não é muito: vigiai, orai e examinem as Escrituras) e Eu farei o restante por causa da minha graça, pois ela vos basta.” Ser fiel no pouco é orar, é ler a bíblia e obedecer aos seus mandamentos, ela é o nosso padrão de vida. Ser fiel no pouco é se preocupar com as roupas que usamos, sim! Nós devemos nos preocupar com as roupas que estamos usando, estamos perdendo os nossos critérios nos últimos tempos. Talvez por causa das novelas, talvez por causa de cantores e cantoras “gospel” que estão americanizando nosso estilo de “adoração”.

O resultado é que o número de jovens desviados é muito grande. Nós ainda não entendemos que a maneira como nos vestimos afeta a cabeça desses jovens, é uma tentação para a cabeça de qualquer um. A quantidade de moças “crentes”, em que não se nota nenhuma diferença das não-crentes, é imensa. Moças que não se separaram das trevas, que ainda amam as coisas do mundo. Rapazes musculosos que não podem ver um espelho sem esbanjar vaidade, jovens que continuam preocupados com seus “carrões” e com suas roupas de marca. Que ainda praticam as mesmas obras da carne, que não produzem nenhum fruto do Espírito. Os bancos de nossas igrejas estão lotados de gente, mas vazios de discípulos.

Os cristãos de hoje não usam cinto de segurança, e desobedecem aos líderes e governantes, jogam lixo na cidade inteira, compram filmes piratas... Se formos a um show “gospel” e esperarmos até o final comprovaremos que não há diferença nenhuma dos outros shows, tanto na maneira dos “adoradores” se portarem quanto no resultado final. O local do show fica uma imundícia depois que o show termina, como qualquer estrebaria. Os jovens algumas vezes “saem no soco” entre si. E isso quando as meninas não engravidam depois do show por saírem para onde não deveriam ir, com quem também não deveriam.

Jesus disse que se o sal se tornasse sem sabor não serviria para mais nada a não ser para ser pisado. É disso que estamos falando, de uma igreja que tem sido pisada, que não conserva mais a Palavra de Deus, de uma igreja que está perdendo a luz de seu candeeiro. De uma igreja que não tem mais o bom perfume de Cristo, uma igreja que não faz mais a diferença no lugar em que vive. Pessoas que vão para acampamentos e retiros com intenções ruins, pensamentos de imoralidade sexual, fofocas, divisões e por aí vai. Não são todos, diga-se. Ainda resta uma parcela de jovens que querem fazer a diferença. Jovens que estão buscando adorar ao Rei em espírito e em verdade.

No ano de 1969 um grupo de quatro jovens marcou sua geração com um festival de música, eles são os filhos deste mundo, muito dedicados por sinal. Fizeram história e não só fizeram história, mudaram o rumo dela. E nós, o que estamos fazendo além de oba-oba? Além de pular em shows e inundar a cidade com nossa sujeira? O que estamos fazendo além de gastar uma parte de nosso tempo lutando entre nós na briga entre denominações? Quando nos reunimos em locais públicos fazemos questão de focar naquilo que temos de diferente, fazemos questão de questionar roupas, batismos, formas de culto, etc. Não enxergamos aquilo que temos de igual, que é o fato de Jesus ter morrido tanto pelos batistas quanto pelos assembleianos. Jesus não morreu pelos religiosos, Ele morreu pelos pecadores. Ele morreu por aqueles que eram e são doentes e decidiram ser fieis no pouco, decidiram ser radicais a ponto de perderem a vida para que a verdade fosse pregada.

Cadê os cristãos que não se rendem ao pecado e mudam os rumos da história? Onde estão os jovens de oração desse país? Onde estão os profetas? Como disse Paul Washer: todos nós gostamos de falar dos profetas, mas quando o profeta fala, ninguém gosta escutá-lo. Somos mordomos que prestaremos contas ao nosso senhor. Jesus acredita em nós, Ele até disse que faríamos coisas maiores do que Ele. Mas o que estamos vendo é o número de evangélicos aumentar, mas o número de abortos, assassinatos, drogas e prostituição não está diminuindo. O estudo da sociologia está com o objetivo errado, os sociólogos estão estudando qual será o número de evangélicos daqui a alguns anos, mas a pergunta deveria ser: Será que quando os evangélicos aumentarem no Brasil o domínio das trevas irá diminuir? Será que teremos um número menor de crianças passando fome? Será que o número de adolescentes grávidas irá ser menor? É chegada à última hora, quando a figueira começar a florescer significa que ela dará seus frutos, a vinda do Mestre está próxima. O dia da volta do Senhor está chegando, como ele encontrará seus mordomos? Como será a prestação de contas?

2 comentários:

  1. Muito triste mas é verdade, para as coisas do mundo somos dedicados e para as coisas que realmente tem valor, nós não somos ENGAJADOS o suficiente!

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  2. é verdade, para as coisas do mundo temos tempos. Não tinha pensado nessa visão.

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