Multiplicação

Mateus 14: 14-21

Quando lemos uma passagem como esta, nós refletimos sobre várias coisas e, sem sombra de dúvidas, todos nós gostariamos de ter participado dessa cena, desse acontecimento. A lógica do Reino é diferente da lógica terrena, essa é uma das conclusões assertivas com relação a Jesus ter multiplicado cinco pães e dois peixes e alimentando uma multidão com mais de cinco mil pessoas.

Nesse final de semana, por exemplo, vivenciamos algo parecido e nem nos demos conta. Deus fez multiplicar nossos recursos financeiros a ponto de sobrar para ofertarmos ao Almir, pagarmos o combustível do Sauro e comprarmos comida extra. Jesus multiplicou nossa alegria, nossa união, nosso conhecimento e nosso grupo. Foram maravilhosos todos os momentos que passamos juntos, inclusive as pérolas do Geraldo, as piadas do Joel e por aí vai...

Todos trabalharam pela multiplicação, todos tiveram a experiência de servir com seus dons e talentos, não foi preciso fazer escalas de serviço ou cobrar por voluntários. E isso é algo brilhante que o Espírito Santo efetuou em nosso meio. Os dons são diversos, os serviços diversos, mas o Espírito é o mesmo (Romanos 12). E nesse final de semana comprovamos isso. Comprovamos também que os céus revelam a glória de Deus, como está escrito no Salmo 19. E como é bom viverem unidos os irmãos (salmo 133:1).

Mas, porque dizer que a lógica do Reino é diferente? A lógica do Reino é diferente, pois, nós não somos os melhores, nem os mais espirituais, nós somos o que somos. E somos ovelhas cheias de feridas que estão no combate como todos. O líder do primeiro GAJ não tem mais do que um ano e oito meses de conversão, além disso, não tem nenhum curso superior ou coisas do tipo. As ovelhas não são prodígios ou “superovelhas”, daquelas que tem a lã pomposa como um poodle que vai competir num campeonato para cães famosos. Não somos aqueles “supercrentes” da igreja primitiva que eram tão cheios do Espírito que só de chegar perto de sua sombra as pessoas eram curadas. Não temos nada a oferecer além de boas risadas, abraços excessivos e histórias para boi dormir.

Talvez a explicação não esteja no número de pães, nem na qualidade dos pães, e sim na fome dos famintos e na vontade de Jesus. A lógica do Reino é diferente porque Deus nos usa, mesmo que nós sejamos pobres pecadores. Eu creio que só não sobraram mais pães na multiplicação por não terem mais cestos. Eu acredito que se houvesse mais cestos com certeza haveria mais pães. Nós participamos de uma multiplicação nesse final de semana. À medida que os cestos surgiram Deus multiplicou graça.

Quando nós tomamos a decisão de sermos os cestos, então, Deus nos encheu com seu pão. Talvez eu não esteja sendo claro, vou tentar ser: A questão é a seguinte, Deus quer multiplicar bênçãos, independente da qualidade dos pães, Ele quer e vai alimentar os famintos, e, nesse evento, nós tivemos a quantidade exata de cestos; O que são cestos? Cestos são pessoas que se rendem ao chamado, são pessoas que fazem aquilo que as Escrituras mandam, são pessoas que se tornam voluntárias para servir e se deixam ser usadas por Deus. Quer um exemplo? Eu tenho vários, mas vamos lá: A Aymê, fez as compras, passou horas no mercado, enfrentou filas imensas, cotou, devolveu produtos, comprou mais barato, calculou e pagou. O Fábio selecionou as músicas, arquivou, fez uma arte para uma apostila, imprimiu e nos abençoou. A Edimara levou as panelas (E que panelas hein!), cozinhou, atrasou, ficou nervosa, ficou calma, temperou e nos alimentou. A keka esquentou a água, ferveu o macarrão, ajudou na cozinha, junto com a Aymê e com a Maísa, e salvou nossa pele. O Joel... (???) não fez nada além de ser ele mesmo e alegrar o ambiente! O Geraldo (bom acho que nem preciso falar da importância dele, certo?) e os gêmeos então? Nos ajudaram no louvor musical, deram carona para a Pamela e perderam no pimbolim. Gente, e o Almir? Que mão milagrosa é aquela para cozinhar? Fora o Marcelo, o Sauro, o pastor Nelson, o bolo e a lasanha da Maísa... E o que dizer da casa da Ana Thereza e da cordialidade do Luis Fernando?

Hmmm! Sem sombra de dúvidas: nós participamos de um verdadeiro milagre da multiplicação! Sobraram pães de acordo com a quantidade de cestos que se dispuseram. Deus não só multiplicou como fez sobrar graça através das vidas que nos abençoaram e foram abençoadas. Essa sim é uma verdadeira inversão lógica da razão, o correto seria Deus usar ovelhas pomposas como um Poodle mas, aprouve a Ele usar pessoas como nós. Discípulos que, apesar de tudo, amam a Deus e querem fazer a diferença no mundo. Jovens que estão fazendo história e, com certeza, participarão de muitas outras multiplicações no deserto.

Em Cristo!